- A tragédia que atingiu Angra foi em 2009 para 2010, e até hoje quase a metade das obras ainda não foram concluídas. Em outros municípios, como no Rio, o serviço está muito mais rápido. Até mesmo em outros bairros. Se as autoridades estivessem mesmo preocupadas em salvar vidas no Morro do Carmo, os serviços tinham pelo menos começado, e nem isso aconteceu - ressaltou o morador Diego Ranches.
A vendedora de cosméticos Andressa Oliveira mora há 19 anos na comunidade, e diz ainda estar com medo de que haja deslizamentos de terra no local antes que a obra de contenção de encosta esteja pronta.
- Quando nos apresentaram o projeto que seria utilizado no bairro, fiquei apavorada, pois vi a quantidade de pedras ameaçando cair. Sendo que tempo depois disso, essas pedras enormes que os secretários falaram, continuam lá e podem cair a qualquer momento. Mesmo que tenha passado o período de fortes chuvas, sabe lá Deus o que pode nos acontecer. Até essa obra ficar pronta tem muito tempo pela frente, é só orando mesmo para que nada aconteça conosco - afirmou Andressa.
Devido ao alto risco de deslizamentos de terra e blocos de rocha no Morro do Carmo, a prefeitura precisou buscar um novo método de contenção de encostas, diferente do que já havia sido apresentado pelos técnicos e engenheiros responsáveis pelas obras de contenção no município. Após a realização do estudo geológico e topográfico da cidade, os engenheiros constaram que o método mais eficaz para conter os deslizamentos no Morro era a construção de um muro com 15 metros de altura, localizado duas ruas abaixo do morro.
Para a execução dessa obra, mais de 500 casas teriam que ser demolidas. Porém, o prefeito Tuca Jordão (PMDB) não aceitou esse projeto e foi buscar uma outra opção, um método diferente utilizado nos Alpes da Itália, conhecido como "Barreiras Flexíveis", onde telas de malhas de aço são presas a vigas fincadas a sete metros de profundidade no morro para segurar o material rochoso, a terra e as árvores que deslizam das encostas. As barreiras são posicionadas conforme o declínio e a altura do morro. Diversas barreiras são colocadas ao longo da encosta para resistir ao impacto dos blocos rochosos que deslizarem. As barreiras podem ser substituídas na medida em que houver desgaste decorrente desses deslizamentos.
- A grande vantagem conseguida através dessa metodologia de contenção é que não será preciso demolir cerca de 500 casas que ocupam o entorno do morro, como chegou a ser previsto anteriormente - afirmou Tuca.
Segundo a Secretaria de Obras, a obra orçada em aproximadamente R$ 20 milhões ainda está à espera de verbas.
fonte: www.diariodovale.uol.com.br
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