Uma semana se passou desde que o prefeito Tuca Jordão reassumiu o governo municipal. E nas ruas, a população ainda comenta sobre o pronunciamento que ele fez na sessão ordinária do último dia 28/02.
Tuca Jordão disse que “irá rever os atos de Essiomar, mas garantiu que todos os que estiverem dentro da legalidade e que beneficiem a população serão mantidos”.
Sobre esse comentário e outras posições que o prefeito tem tomado, Essiomar Gomes afirmou: “Fiz tudo com responsabilidade, porque eu gosto de trabalhar, gosto de política. Eu fiquei dois meses e mostrei para o povo que tem como acontecer. Dá para fazer, basta apenas querer trabalhar. Infelizmente, quem trabalha incomoda as pessoas que não gostam de trabalhar. Pra essas pessoas, a vida política é muito curta mesmo. Eu assino um contrato com eleitor, e este contrato tem validade por quatro anos. Já renovei por três vezes”, disse o vice-prefeito.
Essiomar faz uma advertência à Tuca Jordão quanto à mensagem encaminhada pelo prefeito: “Foi má fé do secretário de Governo e dele(Tuca). Porque não foram eles que fizeram. Foi eu que fiz. Nós, que tivemos a sensibilidade para resolver o problema dos agentes de vetores, e também, para que o morador que está com a casa interditada pela defesa civil há três anos seja isento o IPTU. Ele não fez, e eu fiz. E isso mexeu com a arrogância dele. O presidente da câmara não concordou com a maldade que o prefeito queria fazer com as pessoas”, disse Essiomar.
Para a reportagem, Essiomar contestou a fala do prefeito. “Quando o prefeito fala que não vai exonerar um secretário de governo dele, porque ele é amigo pessoal, o prefeito está totalmente equivocado. O município não pode ser administrado por amigos. O município tem que ser administrado por pessoas que têm competência para administrá-lo. Não tenho dentro da prefeitura um parente meu. Não tenho dentro da prefeitura um amigo meu. A prefeitura não é extensão da casa dele”, pontuou o vice-prefeito, ressaltando que todos os secretários que trabalharam com ele nesses dois meses foram exonerados.
O prefeito ligou pra ex-secretária de educação, Luciane Rabha, e pediu para não inaugurar nenhuma escola enquanto ele não voltasse. E eu respondi: ‘Enquanto eu estiver como prefeito em exercício, o que tiver que fazer nós vamos fazer’. O prefeito chegou ao absurdo de querer trocar as placas das escolas que foram inauguradas nesse período, porque tinha que mandar fazer a placa e colocar prefeito em licença e prefeito em exercício, não existe isso. Isso é demagogia. É se apegar a coisas pequenas”, afirmou o vice-prefeito, demonstrando sua insatisfação às atitudes tomadas pelo prefeito na última semana.
No entanto, Essiomar Gomes fez questão de explicar sobre a perda de R$ 4 milhões mensais provenientes dos royalties do petróleo. “Ele está querendo jogar na minha conta e na conta do Irineu. Não foi nesses dois meses que perdemos esse ICMS. Isso foi em maio de 2011, quando o Argolo era o secretário da Fazenda, e tinha que ter essas informações. Em dezembro, o Argolo falou que tinha ganho na Justiça. Mentira. Taí o resultado. Agora, ele tem que ficar esperto, porque em maio tem outra avaliação, e ele vai ter que ficar 24 horas em cima disso”, afirmou Essiomar.
Contudo, Essiomar fala de coisas boas para o município, que deixou encaminhadas para que o prefeito desse continuidade. “Ele já falou que vai reavaliar tudo. Mas, por exemplo, o aterro do Carmo é benefício para a cidade. Se asfaltar e fizer um estacionamento ali pra nossa população é bom pra Angra? É claro que é. É área privada, mas nós conseguimos através do secretário de Transporte do Estado, Julio Lopes, uma concessão por três anos. Ali, podem ser estacionados 415 carros. No entanto, ele já disse na Costazul que não vai fazer. A intervenção da Santa Casa, ele não teve peito de fazer, não teve coragem. Outra coisa que nós deixamos pronto foi o estacionamento rotativo. Tem uma série de coisas aí que deixamos engatilhadas para ele resolver”, disse.
Sobre a volta para o prédio da prefeitura, Essiomar afirma que vai voltar, porque ele é o vice-prefeito até 31 de dezembro de 2012. “Não tem relacionamento entre eu e o Tuca. Vou voltar pro prédio da prefeitura porque fui eleito junto com ele. Quando o eleitor apertou o número 15, apareceu a foto dele e a minha. E quem era conhecido na chapa politicamente era eu. Como prefeito em exercício por dois meses, eu mostrei um pouco aos moradores de Angra dos Reis a vontade que eu tenho de ver as coisas acontecerem de verdade no município. Conseguimos muitas coisas. Nesse período, todos que eu bati na porta e pedi, fui muito bem recebido e atendido, inclusive pelos 12 vereadores”, concluiu o vice-prefeito.